O mistério me foi revelado aos 7 anos de idade, sem que eu soubesse que o milagre havia acontecido.
Somente algo novo surgiu e me acompanhou desde então. Um novo amigo invisível, mas tão real que jamais descri de sua presença ao meu lado e em mim.
Naquela época, nada disto tinha nome nem clareza; eu era apenas um menino e saber destas coisas não fazia parte da minha busca.
Havia apenas a naturalidade de quem vive a vida que está à frente, sem questões religiosas ou filosóficas.
E é assim, como criança, que a Fé em Cristo floresce e cresce forte; sempre que a tentativa de explicar o mistério surge em nossa mente, estaremos diante da tentação que pode nos afastar do verdadeiro conhecimento de Jesus, que nasce e cresce no relacionamento misterioso com ele, sem explicações; apenas Vida!
E a revelação do mistério, que continuou sem explicação, se deu assim:
Eu estava na Igreja Presbiteriana do Jardim Bela Vista pouco antes de iniciar o culto; meu pai foi conversar com o pastor, cujo nome não me lembro, e que estava na frente da mesinha que ficava lá na frente.
Fui com meu pai.
Enquanto ele conversava com o pastor, eu estava ao lado dele, com o olhar fixo no que estava sobre a mesa: uma bandeja de inox e um prato coberto com um paninho.
Levantava o olho para o pastor e voltava pra mesa.
O pastor percebeu aquilo e fez algo inusitado.
Olhou ao redor para ver se alguém estava observando. Ele estava prestes a cometer um erro grave na Igreja Presbiteriana que poderia lhe custar, no mínimo, um puxão de orelha bem dado, ou até um processo eclesiástico.
Não se dá a Santa Ceia para uma criança. E foi o que ele fez.
Tomou o pão e me deu para comer; depois tomou o cálice e me deu para beber.
Olhou para o meu pai, com um sorriso no rosto e se justificou: não se preocupe, ele é uma criança e das crianças é o Reino de Deus!
Naquela noite, eu comi o corpo de Cristo e bebi o sangue dele; naquela noite, o mistério me possuiu e eu nunca mais fui o mesmo!
Com amor,
Adailton César, Brasilia/DF, 02/setembro/2021
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